terça-feira, 3 de junho de 2008

Carolina


Como posso eu te amar? Deixe-me te dizer.

Eu posso te amar em toda a profundidade, extensão e peso

Que minh’alma possa alcançar, quando os sentidos são esquecidos

Para além do Ser e do Crer.

E te amo dia-a-dia

Em tudo que preciso, como a luz do sol e do candieiro

E te amo livremente, como um homem que luta por seus direitos

E te amo puramente, como em torno do paraíso.

Eu te amo com toda a paixão que possuo

Com minhas velhas crenças e minha fé de criança.

E te amo com um amor que pensava ter perdido.

E te amo com o fôlego,

Sorrisos, lágrimas, de toda a minha vida – e, se Deus assim escolher

Amar-te-ei ainda mais depois que morrer.

domingo, 1 de junho de 2008

Primordiais cheiros

De quando criança, lembro-me de que as casas tinham cheiros muito fortes, marcantes. Mas não era o odor perfumado dos desinfetantes que sentimos hoje. Era o cheiro das pessoas que moravam em cada casa. Lembro-me de serem característicos e singulares, as impressões sentidas em cada lar. Dava até para associar o aroma às outras memórias afetivas. O perfume intenso era o da manhã, pois todos haviam passado a noite juntos dentro de casa. Mesmo quando ia a casa de meus parentes, às vezes, a caminho da escola, experimentava e vivenciava nossos laços aromáticos. Acho que isto vai entrando em nossa mente, sem nos darmos conta, e, registrando nossas relações.

A segurança sentida ao dormir abraçado com o lençol do pai ou da mãe. Acho que toda criança gosta de dormir na cama dos pais. A noite inteira sentido a presença deles, seus cheiros. E, durante, as brincadeiras, entre irmãos e amigos, aprender a fragrância de cada um. E, nos caminhos do amor, é o cheiro forte da paixão e, alternada e simultaneamente, doce do compartilhar, que torna o lado da cama da amante, ainda o melhor lado da cama.

E, tudo continua quando observamos nossos filhos nos cheirando.... cheirando nossos lençois...

Os sonhos, e o sono, embalado pelo perfume. A segurança, o amor, a amizade. Tudo sendo fortalecido dentro de nossa memória mais profunda.

É assim até hoje quando durmo na rede de minha mãe, ou compartilho uma, agora rara, noite na cama com meu pai... mas, repletas de primordiais sentidos.